01.04.2025

Os métodos de tortura exportados pela CIA-USAID

Golpe militar de 64

Henrique Áreas de Araujo

A tortura, como prática generalizada nas ditaduras militares dos países latino-americanos, foi desenvolvida e ensinada pelos norte-americanos

Em 1946, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos fundou a Escola das Américas, com sede na base norte-americana Forte Amador, no Panamá.

O propósito oficial da Escola das Américas era fornecer instrução em táticas militares, segurança nacional e combate à insurgência. Era uma política do imperialismo norte-americano, após o fim da Segunda Guerra, para conter o ascenso revolucionário que tomou conta de vários países do mundo. No caso da América Latina, devido à proximidade com os Estados Unidos, a preocupação era direta: prevenir, mesmo que através de uma intervenção militar direta, qualquer movimento revolucionário.

Uma escola de torturadores

Com o tempo, a Escola das Américas se tornou amplamente conhecida pelo treinamento de militares que participaram de golpes de Estado e pela disseminação de métodos repressivos, incluindo torturas, execuções extrajudiciais e desaparecimentos forçados, principalmente a partir dos anos 60.

Com a Revolução Cubana de 1959, o imperialismo aumentou suas preocupações. Os acontecimentos na ilha caribenha, a poucos quilômetros dos EUA, influenciaram toda a esquerda no continente.

A primeira preocupação do imperialismo era o de impedir o desenvolvimento de governos de tipo nacionalista nos países latino-americanos. Os golpes militares, orquestrados, apoiados e financiados pelos norte-americanos, foram em primeiro lugar contra esses governos. No Brasil, por exemplo, a primeira investida golpista de maior intensidade foi a derrubada do governo nacionalista de Getúlio Vargas, em 1954, que resultou no suicídio do presidente da República. A reação popular impediu que o golpe pudesse ser totalmente vitorioso. Desde então, porém, a ofensiva do imperialismo no País apenas se intensificou até a derrubada de João Goulart, em 1964. O governo João Goulart não era nada mais do que um governo reformista e nacionalista, empurrado pelo ascenso das massas.

A participação da CIA e da USAID – instrumento de fachada da CIA para infiltrar sua política nos países a pretexto de ajudas e auxílios “humanitários” – nos golpes é direta.

Com o golpe de 64, o regime político vai se fechando cada vez mais, o que aumentava a reação ao golpe. Até que em 1968, o Ato Institucional n.º 5 (AI-5) entra em vigor para fechar definitivamente o regime. O movimento de rua contra a ditadura é definitivamente sufocado e a esquerda acaba sendo jogada na clandestinidade. A partir daí, cresce o número de movimentos guerrilheiros, influenciados pela Revolução Cubana.

Embora os métodos de repressão mais duros, como a tortura, tenham sido usados contra os grupos guerrilheiros, estes eram apenas um pretexto. Como fica claro pela própria história da Escola das Américas, a repressão estava voltada contra qualquer movimento que aparecesse como um perigo para o domínio imperialista na região. 

Os Estados Unidos foram intensificando sua política de intervenção e participação nos governos militares. A Escola das Américas transformou-se em um centro para o treinamento de militares, o que significa dizer que era uma escola de torturadores. Nos anos 1960 e 1970, o currículo da escola passou a incluir disciplinas de interrogatório, guerra psicológica, técnicas de inteligência e controle de protestos.

Muitos alunos da Escola das Américas voltaram para seus países e se tornaram figuras-chave em golpes militares e regimes ditatoriais, como no Brasil (1964), Chile (1973), Argentina (1976) e outros. Estão entre ex-alunos notórios, Manuel Noriega (ditador do Panamá entre 1983 e 1989), Leopoldo Galtieri (ditador na Argentina entre 1981 e 1982), Roberto D’Aubuisson (líder dos esquadrões da morte em El Salvador) e os oficiais do Brasil ligados ao DOI-CODI e ao DOPS.

Mais recentemente, documentos revelaram que, entre as décadas de 1970 e 1980, os manuais de treinamento da Escola das Américas ensinavam táticas de tortura, execuções e repressão violenta contra dissidentes políticos.

Devido ao escândalo dessas revelações, nos anos 1990, o imperialismo norte-americano decidiu “reciclar” a Escola das Américas. Em 2001, ela foi oficialmente fechada e reaberta sob um novo nome: Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação em Segurança (WHINSEC – Western Hemisphere Institute for Security Cooperation). Nome novo, os objetivos de sempre, porém mais dissimulados.

Cinicamente, o governo dos EUA alegou que a nova instituição teria um foco reformado em “direitos humanos e democracia”.

A Escola das Américas teve um impacto duradouro na história latino-americana, sendo associada a violações de direitos humanos, golpes militares e ditaduras sanguinárias. Ela é uma das provas mais escancaradas do papel dos EUA no apoio a ditaduras e no treinamento de forças de segurança envolvidas em repressão política.

A CIA exportou a tortura

Durante as décadas de 1960 e 1970, a CIA (Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos) desempenhou um papel fundamental no treinamento das forças policiais e militares dos países latino-americanos, incluindo o Brasil. Esses treinamentos, feitos pela Escola das Américas, mas não apenas, foram parte da política do imperialismo, em particular o norte-americano, de conter qualquer movimento revolucionário no País. A chamada “Guerra Fria” era somente um pretexto. Na realidade, o objetivo era conter qualquer avanço de uma política mais nacionalista, portanto independente, nos países latino-americanos.

A Revolução Cubana de 1959 fez acender o sinal de alerta e levou Washington a fortalecer os regimes militares aliados, fornecendo suporte logístico, armamentos e, sobretudo, técnicas de repressão e controle social.

No Brasil, o treinamento promovido pela CIA e por outras agências norte-americanas visava capacitar policiais e militares para lidar com insurgências, movimentos de oposição política e possíveis “ameaças comunistas”. Como já demonstramos, na Escola das Américas, localizada no Panamá, oficiais brasileiros receberam instrução em técnicas de interrogatório, espionagem e combate a grupos considerados subversivos. Esse treinamento reforçou o aparato repressivo do regime militar instaurado após o golpe de 1964.

Entre os métodos ensinados estavam técnicas de tortura psicológica e física, infiltração em movimentos estudantis e sindicais, bem como estratégias de desestabilização de grupos opositores. Documentos vazados muito mais tarde revelam que agentes da CIA auxiliaram diretamente no aperfeiçoamento das práticas de repressão utilizadas pelo DOI-CODI e pelo DOPS, órgãos de repressão brasileiros que atuavam na perseguição e eliminação de dissidentes.

A influência norte-americana também foi evidente na criação de manuais de contra-insurgência, utilizados amplamente por forças policiais e militares no Brasil e em outros países latino-americanos. Esses manuais ensinavam desde técnicas de intimidação até estratégias de guerra psicológica para desmoralizar opositores. O treinamento e suporte da CIA contribuíram para a intensificação da repressão política e para a consolidação das ditaduras militares, cujas consequências foram sentidas por milhares de cidadãos que sofreram perseguições, torturas e desaparecimentos.

O treinamento dos torturadores promovido pela CIA era cinicamente justificado como parte de uma “estratégia anticomunista”, na verdade, esse era apenas um pretexto. A espinha dorsal da repressão desenvolvida na ditadura militar ainda se mantém no Brasil. O que os militares golpistas aprenderam com os norte-americanos é usado hoje na repressão contra o povo.

O caso Dan Mitrione

O caso do agente norte-americano Dan Mitrione é muito curioso e elucidativo do papel cumprido pela CIA na repressão política das ditaduras militares. Mitrione era um agente do FBI e posteriormente da USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional). Ele serviu como instrutor de técnicas repressivas para forças policiais da América Latina, incluindo o Brasil, é claro. 

Mitrione não foi a única, mas foi uma personificação do que descrevemos acima, ou seja, dos métodos de tortura e repressão como política de exportação dos norte-americanos contra os povos da América Latina.

Dan Mitrione iniciou sua carreira no FBI, onde adquiriu experiência em inteligência e técnicas de interrogatório. No final da década de 1950 e início dos anos 1960, ele foi recrutado pela USAID num programa chamado Office of Public Safety (Escritório de Segurança Pública), uma frente utilizada pelo governo norte-americano para treinar forças policiais estrangeiras no combate à “subversão” – um termo que englobava desde insurgências armadas até movimentos políticos de oposição.

No Brasil, após o golpe militar de 1964, Mitrione foi enviado para auxiliar na capacitação da polícia brasileira, atuando especialmente junto ao DOPS (Departamento de Ordem Política e Social). Ele ensinou táticas de repressão e interrogatório, incluindo métodos de tortura física e psicológica. Relatos indicam que ele testava técnicas de choque elétrico e sufocamento em prisioneiros ou até em mendigos capturados nas ruas, como forma de “aperfeiçoamento” dos métodos.

Por aí, podemos ver a “humanidade” exportada pelo imperialismo para o restante do mundo.

Os ensinamentos de Mitrione ajudaram a consolidar o aparato repressivo da ditadura militar, fortalecendo a tortura como prática comum nos interrogatórios de opositores políticos. A colaboração dele e de outros agentes norte-americanos faz parte de um padrão mais amplo de apoio dos EUA a regimes autoritários na América Latina, sob a justificativa de combate ao comunismo.

Depois do Brasil, Mitrione foi enviado ao Uruguai, onde desempenhou papel semelhante no treinamento das forças policiais locais.

Está claro, também, que o Brasil, pelo tamanho e importância do País no continente, foi um primeiro laboratório desses métodos de repressão, posteriormente colocados em prática nos demais países latino-americanos.

Em 1970, Mitrione foi sequestrado pela guerrilha Tupamaros. Após tentativas fracassadas de negociação por parte do governo dos EUA, Mitrione foi executado. Enquanto os embaixadores sequestrados, como no caso brasileiro, foram libertados, Mitrione simplesmente foi descartado por aqueles para quem prestou os serviços mais sujos.

O caso de Dan Mitrione revelou ao mundo as operações clandestinas dos EUA na repressão política na América Latina e reforçou as provas sobre o apoio e sustentação norte-americana das ditaduras militares da região.

A Operação Bandeirante

A tortura como método de terror sempre foi utilizada pelo Estado, no entanto, com as ditaduras militares, os métodos de tortura foram aperfeiçoados e modernizados, afim de servir como uma espécie de padronização para a repressão exportada pelo imperialismo no mundo todo. A ditadura militar no Brasil (1964-1985), sendo uma das pioneiras no continente, recebeu os ensinamentos dos torturadores da CIA e do FBI que desenvolveram novos métodos, que foram também repassados para os regimes militares que, um a um, iam se formando na América Latina com a ajuda dos Estados Unidos.

Esses métodos foram empregados por órgãos da polícia política, como o DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna) e o DOPS (Departamento de Ordem Política e Social). O precursor dessas polícias políticas foi a OBAN.

A Operação Bandeirante (OBAN) foi uma organização clandestina de repressão política criada em 1969, durante a ditadura. Funcionando como um centro de inteligência e tortura, a OBAN teve como objetivo coordenar e intensificar a perseguição a grupos de oposição ao regime, especialmente organizações de esquerda que atuavam na luta armada. A iniciativa foi financiada tanto por recursos do governo quanto por empresas privadas que apoiavam o regime, tornando-se um dos principais símbolos da repressão política no Brasil.

Criada em São Paulo, a OBAN operava sob a liderança do Exército, mas contava com a participação da Marinha e da Aeronáutica e de agentes das polícias civil e militar, além de membros do DOI-CODI, que mais tarde absorveria suas funções. Seu modus operandi envolvia investigações, infiltração em grupos considerados subversivos, prisões arbitrárias e torturas sistemáticas de presos políticos.

As ações da OBAN ficaram conhecidas pela brutalidade dos métodos empregados. Muitos militantes foram sequestrados e levados para instalações clandestinas, onde eram submetidos a sessões de tortura. Entre os métodos mais comuns estavam choques elétricos, afogamento simulado, espancamentos e privação do sono. A OBAN foi responsável pelo assassinato de Carlos Marighella, líder da Ação Libertadora Nacional (ALN), que foi morto em uma emboscada em novembro de 1969.

Outro aspecto marcante da OBAN foi o envolvimento direto dos agentes treinados nos Estados Unidos e o uso de técnicas de repressão aprendidas na Escola das Américas. O apoio financeiro de grandes empresas nacionais e multinacionais também foi crucial para seu funcionamento, revelando a conivência de setores econômicos com a ditadura.

O caso mais escandaloso foi a participação do presidente da Ultragás, Henning Albert Boilesen. Ele não só arrecadava recursos para a repressão, como participava diretamente das torturas. Boilesen gostava de assistir às sessões de tortura. Segundo depoimentos, Boilesen teria até inventado uma ferramenta de tortura que levou seu nome: a Pianola de Boilesen, uma espécie de teclado que emitia choques elétricos. Ele foi assassinado pela ALN e pelo Movimento Revolucionário Tiradentes, em 1971. 

Boilesen não era o único empresário que assistia às sessões de tortura, segundo diz o próprio sítio da Wikipedia, o que revela que a participação dos capitalistas era pública e notória: “Coube a Delfim Neto e a Gastão Vidigal – dono do Banco Mercantil de São Paulo – reunir os representantes de grandes bancos brasileiros para pedir fundos, procedimento repetido na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). Os empresários Paulo Henrique Sawaya Filho e Henning Albert Boilesen – presidente da Ultragás – fizeram a ponte entre os empresários e o órgão. Houve ainda outras modalidades de apoio: fornecimento de carros pelas empresas Ford e Volkswagen, empréstimo de caminhões pela Ultragás e de peruas pela Folha da Manhã, cessão de refeições congeladas pela Supergel. Outros doadores privados foram Grupo Camargo Corrêa, Grupo Objetivo, Grupo Folha, Amador Aguiar (Bradesco), entre outros.”

O mais conhecido integrante da OBAN foi o major Carlos Brilhante Ustra, que posteriormente, em 1970, iria presidir o DOI-CODI.

Com a ampliação da repressão no início dos anos 1970, a OBAN foi formalmente desmantelada, sendo substituída pelos DOI-CODI, que mantiveram as mesmas práticas e intensificaram a perseguição política.

Os métodos de tortura tipo exportação

1. Pau de Arara

Consistia em amarrar a vítima de maneira suspensa, com os punhos e tornozelos presos a um cano atravessado entre duas superfícies. Essa posição causava dor intensa e facilitava a aplicação de outros métodos de tortura, como choques elétricos e espancamentos.

2. Choques Elétricos

Os presos eram submetidos a descargas elétricas em diversas partes do corpo, especialmente nas regiões mais sensíveis, como genitais, língua, orelhas e dedos. Os aparelhos utilizados eram conhecidos como “pianola” ou “telefone”, conectados a fios que levavam a eletricidade ao corpo da vítima.

3. Afogamento e Asfixia

As técnicas incluíam sufocamento com sacos plásticos, imersão da cabeça em água ou substâncias químicas e introdução de panos molhados na garganta para provocar engasgo e sensação de morte iminente.

4. Palmatória e Espancamentos

Os interrogadores utilizavam objetos como cassetetes, barras de ferro e palmatórias para espancar as vítimas, muitas vezes visando áreas sensíveis do corpo, como as solas dos pés e as palmas das mãos.

5. Violência Sexual

Mulheres e homens eram submetidos a estupros, violações com objetos, agressões sexuais e humilhações para causar sofrimento físico e psicológico.

6. Tortura Psicológica

Incluía ameaças de morte, simulação de execução, isolamento, privação de sono e alimentação, além de expor prisioneiros a gritos, ruídos ensurdecedores e a tortura de familiares na sua presença.

7. Geladeira

A vítima era trancada em câmaras frigoríficas, onde ficava exposta a temperaturas extremas, podendo sofrer hipotermia e queimaduras causadas pelo frio intenso.

8. Queimaduras

Os torturadores utilizavam cigarros, ferros em brasa e ácidos para provocar queimaduras na pele das vítimas, causando dor e danos irreversíveis.

9. Sessões de Tortura Prolongadas

Os interrogatórios com tortura podiam durar dias, semanas ou até meses, sendo alternados com períodos de “recuperação” para que a vítima pudesse resistir a novos castigos.

10- Pimentinha

A Pimentinha era uma máquina que era constituída de uma caixa de madeira que, no seu interior, tinha um ímã permanente, no campo do qual girava um rotor combinado, de cujos termi­nais uma escova recolhia corrente elétrica que era conduzida através de fios. Essa máquina dava choques em torno de 100 volts no acusado.

As sessões de tortura resultaram em danos físicos e psicológicos irreversíveis para milhares de brasileiros. Muitos opositores do regime foram mortos ou desapareceram em função desses métodos.

A tortura foi uma ferramenta central do aparato repressivo da ditadura militar no Brasil. Seu uso sistemático, foi desenvolvido e promovido pelo imperialismo norte-americano.

Os números exatos de vítimas da repressão durante a ditadura militar ainda são objeto de estudo, mas pesquisas e relatórios oficiais oferecem estimativas baseadas em documentos, testemunhos e investigações de comissões da verdade.

Mortos e desaparecidos políticos:

Segundo a Comissão Nacional da Verdade (CNV), 434 pessoas foram mortas ou desapareceram por motivações políticas durante a ditadura.

Destes, 210 continuam desaparecidos (ou seja, seus corpos nunca foram encontrados).

Outros estudos sugerem que o número real pode ser maior, pois muitos casos não foram oficialmente registrados.

Pessoas Torturadas:

Estima-se que entre 20 mil e 50 mil pessoas foram presas e torturadas por forças de repressão, como o DOI-CODI, o DOPS e outras unidades militares e policiais.

Essas torturas ocorreram tanto em centros clandestinos de detenção quanto nas sedes de órgãos de segurança. Muitas das vítimas eram opositores políticos, estudantes, sindicalistas, camponeses, intelectuais e artistas, mas cidadãos sem ligação política também sofreram com esses métodos.

A CNV também documentou graves violações contra populações indígenas, estimando que ao menos 8.300 indígenas foram mortos devido a perseguições, massacres e expulsões forçadas de suas terras por projetos de “desenvolvimento” da ditadura.

Os números oficiais representam apenas os casos comprovados, mas diversos historiadores acreditam que o total pode ser maior devido à destruição de documentos e à falta de registros formais. O impacto da repressão foi muito além dos mortos e torturados, deixando um legado de medo e violência institucional que ainda reflete na sociedade brasileira.

Fontes:

  • Relatório Final da Comissão Nacional da Verdade (2014)
  • Testemunhos de ex-presos políticos e relatórios de organizações de direitos humanos
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