19.03.2023

Esquerdistas e imperialistas unidos contra Lula

Plano de paz

Arthur Cesconetto

Esquerdistas apontam suposta submissão ao imperialismo, que ataca Lula por falta de apoio à guerra

A chegada do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, aos EUA, no dia 9 de fevereiro, representou o início da segunda parte de seu calendário de viagens internacionais. Após fortalecer laços com os países vizinhos, visitando Argentina e Uruguai, e formalizando projetos econômicos, como uma moeda única junto da Argentina com vistas para expandir isso para o Mercosul e o financiamento por parte do BNDES ao gasoduto Nestor Kirchner, Lula esteve frente a frente, pela primeira vez como chefe de Estado, com o presidente dos EUA, Joe Biden.

Este encontro tornou-se o foco das atenções de toda imprensa internacional, sobretudo graças ao tema que foi o centro das discussões: a guerra na Ucrânia. Críticos desta visita, organizações de esquerda como PSTU e a corrente Esquerda Marxista (PSOL), chegaram a afirmar que Lula foi a uma “cerimônia de beija-mão na Casa Branca” (“Diga-me com quem andas e eu te direi que governo és”, Johannes Halter, Esquerda Marxista, 11/2/2023). No mesmo sentido, o analista Andrew Korybko ressaltou que Lula é hoje a “única liderança dos BRICS a condenar a Rússia” (“Lula’s Condemnation Of Russia In His Joint Statement With Biden Disqualifies Him As A Mediator“, Andrew Korybko’s Newsletter, 12/2/2023), realizando uma série de espalhafatosas  críticas ao presidente brasileiro.

Contudo, Lula é de fato um parceiro do imperialismo? Para responder esta pergunta precisamos ver o que pensa o próprio imperialismo sobre o tema central das acusações, a posição de Lula sobre a guerra da Ucrânia.

O imperialismo não quer a paz

O ponto central da política de Lula para a crise da Ucrânia é a mediação de um acordo de paz para o enfrentamento. Ele propõe fazer isso ao formar “Clube da Paz”, nas palavras do presidente brasileiro, uma coalizão de nações que pudesse ajudar a mediar o conflito. Os russos, a partir de determinadas condições, gostariam de algum acordo de paz, tendo inclusive acusado os Estados Unidos de sistematicamente sabotar esforços e negociações de paz. A posição prática do imperialismo é esticar o conflito o máximo possível, desgastar a Rússia, provocando o maior número de perdas, tanto humanas quanto econômicas. Simplesmente não é do interesse imperialista decretar qualquer tipo de Paz. É preciso analisar as colocações do governo brasileiro e dos outros países sob essa luz.

“No papel, tudo, em teoria, aponta que estes dois líderes estão se dando bem” (“Biden-Lula meeting: War in Ukraine high on the agenda”, Le Monde, 21/2/2023) descreve de forma insatisfeita o principal jornal do imperialismo francês. Distante de um tom de aprovação, o jornal Le Monde destaca que apesar da visita e do tom amistoso da reunião, Lula está apenas na teoria ao lado de Joe Biden. “Desde que o conflito começou, Lula não enviou nenhuma mensagem de apoio ao presidente Volodymyr Zelensky, ou aos ucranianos (…) ele repetidamente ataca a OTAN” afirma o jornal.

Já o portal da emissora norte-americana CNN foi além e realizou duras críticas à Lula, que segundo os mesmos, “tem rejeitado com desprezo os esforços liderados por Biden para unir a comunidade global em oposição à invasão russa” (“Lula says Brazil is no more divided than the US as he meets Biden”, CNN, 21/2/2023). No mesmo sentido, o governo alemão impôs um embargo contra o Brasil na venda dos veículos blindados Guarani para as Filipinas. A ação foi anunciada como uma retaliação do imperialismo alemão às posições que o Brasil vem tomando em relação à guerra na Ucrânia, em especial a decisão de não fornecer munições para o exército ucraniano.

Além disso, a subsecretária de Assuntos Políticos do Departamento de Estado dos EUA, Victoria Nuland, também se posicionou a respeito da viagem de Lula ao país. Segundo a organizadora do golpe na Ucrânia, é necessário que o “Brasil calce os sapatos da Ucrânia”. A posição de Nuland está relacionada à política de defesa de um acordo de paz com a intermediação brasileira. Esta política, no entanto, como dissemos, não corresponde aos interesses dos Estados Unidos.

Tal fato é corroborado com as declarações dadas pelo ex-primeiro ministro de Israel, Naftali Bennett, que em entrevista postada em seu canal no Youtube afirmou que os Estados Unidos impediram que um acordo de paz organizado por ele pudesse ocorrer. Segundo Bennett, a OTAN “decidiu que é necessário continuar atacando Putin, e não negociar…Eles quebraram as negociações e para mim, parece que estão errados” (“Former Israeli PM Bennett says US ‘blocked’ his attempts at a Russia-Ukraine peace deal”, The Grayzone, 6/2/2023).

O mesmo foi dito por Vladmir Putin que ressaltou que “foram feito todos os esforços possíveis para decretar a paz na Ucrânia e foram sabotados”. Em seu discurso anual, Putin relembrou que foram os países imperialistas, por meio do avanço da OTAN, que deflagraram a guerra contra a Rússia. A posição russa, como afirmou seu presidente, é de defesa do próprio país, que tem em suas fronteiras diversas bases da OTAN, indicando uma tendência à generalização desta guerra, o que torna a ação russa na Ucrânia as preliminares de um conflito maior.

Em meio a este cenário, as posições brasileiras são classificadas pelo próprio governo russo como independentes e bem-vindas. O vice-ministro de assuntos exteriores, Mikhail Galuzin, afirmou:

“Tomamos nota das declarações do Presidente do Brasil sobre o tema de uma possível mediação para encontrar caminhos políticos para evitar a escalada na Ucrânia, corrigindo erros de cálculo no campo da segurança internacional com base no multilateralismo e considerando os interesses de todos os atores. Estamos examinando iniciativas, principalmente do ponto de vista da política equilibrada do Brasil e, claro, levando em consideração a situação ‘no terreno’” (“Moscow analyzes Brazil’s peace initiatives on Ukraine — Foreign Ministry”, Tass, 23/2/2023).

O ministro ainda afirmou que “gostaria de enfatizar que a Rússia valoriza a posição equilibrada do Brasil na atual situação internacional, sua rejeição a medidas coercitivas unilaterais tomadas pelos EUA e seus satélites contra nosso país e a recusa de nossos parceiros brasileiros em fornecer armas, equipamentos militares e munições ao regime de Kiev”.

Diferente dos que o acusam de ser um “capacho”, Lula é cada vez menos bem-visto pelas principais forças do imperialismo. O brasileiro busca uma política independente do imperialismo, o que é corroborado por outra declaração de Galuzin: “ao mesmo tempo, podemos ver como Washington está pressionando o Brasil. Tal postura soberana merece respeito”.

Outro ponto importante sobre as relações de Lula com o imperialismo, é o histórico recente do presidente da república. Lula é a maior liderança do Partido dos Trabalhadores, partido que teve seu governo derrubado em 2016 por um golpe orquestrado pelo imperialismo. A partir daquele momento, a operação Lava Jato, organizada em conjunto com forças da CIA e FBI no País, realizaram uma dura perseguição política contra o então ex-presidente.

Como demonstrou o jornal The Intercept, Lula foi preso por uma cooperação entre o judiciário brasileiro e o norte-americano. As revelações chegaram ao ponto de 20 congressistas norte-americanos exigirem do governo Joe Biden, em junho em 2021, “que o país torne públicas informações sobre como os órgãos de investigação dos EUA cooperaram com a Operação Lava Jato, no Brasil”. (“Exclusivo: Congressistas dos EUA pedem que governo Biden explique como foi cooperação entre americanos e Lava Jato”, Correio Braziliense,  7/6/2021). O próprio presidente Lula já fez menção ao fato, dizendo que a operação foi organizada “de fora”.

Estes dados inclusive demonstram que as acusações de pessoas como Andrew Korybko, que afirmou que Lula “foi tirado da prisão após acordo com o imperialismo” (“Debunking The #LulaLiberals’ Lies For Covering Up His Condemnation Of Russia”, Andrew Korybko’s Newsletter, 11/2/2023), não têm relevância no atual cenário.  Lula foi perseguido pelo imperialismo e durante toda a eleição de 2022 foi figura visto com cautela pelos capitalistas. 

A retomada das relações com países como Cuba, Nicarágua e Venezuela, são outra representação desta questão. O centro desta polêmica gira em torno da visita de Lula aos Estados Unidos. No entanto, houve algo nesta visita que representou uma aproximação entre o Brasil e o principal país imperialista?

O que representou a visita

Lula chegou aos Estados Unidos com uma grande delegação que se reuniu com Joe Biden, discutindo as relações entre os países. No entanto, o único documento aprovado, o comunicado conjunto entre os presidentes, nada representou de efetivo.

Todo o texto se resume na seguinte passagem “[os presidentes] ressaltam que o fortalecimento da democracia, a promoção do respeito aos direitos humanos e o enfrentamento da crise do clima figuram no centro de sua agenda comum.” Nada mais, nada menos que isso. Em meio a uma série de declarações genéricas, que podiam ser ditas por qualquer presidente da república, Lula não se comprometeu em nada substancial com o imperialismo norte-americano. Ao mesmo passo que Joe Biden, se comprometeu em enviar valores pífios para a “proteção da Amazônia”. O fato, é que em relação ao ponto central da discussão, a guerra na Ucrânia, as posições entre os dois países se chocam.

Sobre este problema, o jornal The Economist relembrou a dificuldade em fazer o Brasil mudar de posição, ainda mais dado as declarações já feitas por Lula. O jornal pontuou: “No encontro, Biden pode tentar convencer o brasileiro a apoiar abertamente a Ucrânia. Em maio do ano passado, Lula afirmou que Volodymyr Zelensky, o presidente da Ucrânia, era “tão responsável” pela guerra quanto Putin. No mês passado, após uma reunião com o chanceler alemão Olaf Scholz, em Brasília, a capital, Lula admitiu com relutância que o presidente russo “cometeu um erro” ao invadir a Ucrânia. Mas ele se recusou a enviar munição ao país e criticou a União Europeia por não fazer mais para promover as negociações de paz” (“Brazil’s new president is visiting Joe Biden to boost relations”, The Economist, 9/2/2023).

Lula utilizou a viagem como forma de fazer propaganda de seu governo para setores da burguesia brasileira, como para colocar o País como liderança na campanha internacional por um acordo de paz na Ucrânia. Por outro lado, o encontro com Lula foi para Joe Biden uma maneira de tentar se reabilitar com a esquerda do Partido Democrata, em meio a uma intensa crise no regime norte-americano.

A posição de Lula

Contudo, qual seria de fato a posição de Lula entre o bloco imperialista e o bloco dos países atrasados que se formam em torno do conflito na Ucrânia? 

O mandatário é o “único brasileiro na lista do Centro de Combate à Desinformação, uma plataforma criada pela defesa ucraniana” (“Ucrânia acusa Lula de promover propaganda ‘pró-Rússia’”, CNN Brasil, 25/7/2022), sendo considerado pela Ucrânia um propagandista pró-Rússia. As acusações contra o presidente brasileiro remetem a uma série de importantes declarações que Lula fez em 2022, pouco antes de concorrer às eleições presidenciais.

Desde então, colocando sua política própria, Lula afirmou que não era favorável à ação russa na Ucrânia, no entanto afirmou: “Fico vendo o presidente da Ucrânia na televisão como se estivesse festejando, sendo aplaudido em pé por todos os parlamentos, sabe? Esse cara é tão responsável quanto o Putin”. (“Lula conversa com TIME sobre Ucrânia, Bolsonaro e a frágil democracia Brasileira”, Ciara Nugent, Time, 4/5/2022).

Durante a entrevista com a revista Time, um dos principais órgãos de imprensa norte-americano, Lula não escondeu a sua posição em relação à guerra: “Se eu planto fraternidade, solidariedade, concórdia, eu vou colher coisa boa. Mas se eu planto discórdia, eu vou colher desavenças. Putin não deveria ter invadido a Ucrânia. Mas não é só o Putin que é culpado, são culpados os Estados Unidos e é culpada a União Europeia. Qual é a razão da invasão da Ucrânia? É a OTAN? Os Estados Unidos e a Europa poderiam ter dito: ‘A Ucrânia não vai entrar na OTAN’. Estaria resolvido o problema”, declarou o então candidato à presidência.

Além disso, Lula deixou claro sua principal preocupação. Apesar de não concordar com a ação russa, Lula está muito mais ligado aos mesmos interesses russos contra o imperialismo do que o contrário. Nesse sentido, Lula exemplifica:

“Às vezes eu fico preocupado. Eu fiquei muito preocupado quando os Estados Unidos e quando a União Europeia adotaram o [Juan] Guaidó [então líder da Assembleia Nacional da Venezuela] como presidente do país [em 2019]. Você não brinca com democracia. O Guaidó para ser presidente da Venezuela teria que ser eleito. A burocracia não substitui a política. Na política são os dois chefes que mandam, os dois que foram eleitos pelo povo, que têm que sentar numa mesa de negociação, olho no olho, e conversar”.

Dessa maneira, a cada crítica de menor envergadura contra Vladmir Putin, Lula realizou um ataque  mais duro à política do imperialismo em toda a América Latina, como também no restante do mundo. Além disso, Lula não poupou críticas ao governo de extrema-direita de Zelensky.

“Às vezes fico vendo o presidente da Ucrânia na televisão como se estivesse festejando, sendo aplaudido em pé por todos os parlamentos, sabe? Esse cara é tão responsável quanto o Putin. Ele é tão responsável quanto o Putin. Porque numa guerra não tem apenas um culpado”. Lula continuou afirmando que “não conheço o presidente da Ucrânia. Agora, o comportamento dele é um comportamento um pouco esquisito, porque parece que ele faz parte de um espetáculo. Ou seja, ele aparece na televisão de manhã, de tarde, de noite, aparece no parlamento inglês, no parlamento alemão, no parlamento francês como se estivesse fazendo uma campanha. Era preciso que ele estivesse mais preocupado com a mesa de negociação.”

Segundo Lula, Zelensky “quis a guerra. Se ele [não] quisesse a guerra, ele teria negociado um pouco mais. É assim. Eu fiz uma crítica ao Putin quando estava na Cidade do México, dizendo que foi errado invadir. Mas eu acho que ninguém está procurando contribuir para ter paz. As pessoas estão estimulando o ódio contra o Putin. Isso não vai resolver! É preciso estimular um acordo. Mas há um estímulo [ao confronto]! Você fica estimulando o cara [Zelensky] e ele fica se achando o máximo. Ele fica se achando o rei da cocada, quando na verdade deveriam ter tido conversa mais séria com ele: ‘Ô, cara, você é um bom artista, você é um bom comediante, mas não vamos fazer uma guerra para você aparecer’. E dizer para o Putin: ‘Ô, Putin, você tem muita arma, mas não precisa utilizar arma contra a Ucrânia. Vamos conversar!’”.

Todas estas declarações dadas à revista Time são esclarecedoras sobre o posicionamento de Lula. O presidente brasileiro não é um revolucionário que irá defender abertamente a Rússia  um confronto direto contra  a ameaça imperialista, como deveria ser. No entanto, suas posições revelam uma política independente e nacionalista por parte do governo brasileiro. Lula deixou claro que “Biden não tomou a decisão correta nessa guerra Rússia e Ucrânia” e que a política brasileira nada tem a ver com os interesses do imperialismo no conflito.

Esta mesma política nacionalista pode ser vista na política interna brasileira, onde Lula realiza intensa campanha contra o Banco Central independente e mandou revogar a privatização da Petrobrás e outras sete estatais (“Lula determina revogação de 8 privatizações em andamento, incluindo a Petrobras”, Fabrício Julião, CNN Brasil, 2/1/2023), além de exigir a revisão da privatização da Eletrobrás e da Vale. No mesmo sentido, o diretório nacional do Partido dos Trabalhadores publicou em seu 43º aniversário uma nota oficial afirmando que a derrubada Dilma Rousseff foi um golpe de Estado e que a Lava Jato é uma quadrilha, além de defender o fim da política de juros do Banco Central.

Além disso, o PT não apenas passou a denunciar a perseguição política sofrida como também a atacar a imprensa burguesa, afirmando em resolução do Diretório Nacional publicada no sítio do partido que “as falsas denúncias engendradas contra nossos governos, nosso partido e nossas lideranças, desde o primeiro governo do presidente Lula e que se seguiram nos governos da presidenta Dilma, mostram que está mais do que claro que a criminalização da política e a destruição da democracia constituem um mesmo projeto” (“O terceiro governo Lula e a retomada do projeto democrático, popular e soberano”, 16/2/2023).

Em contrapartida, o jornal O Estado de S.Paulo realizou duros ataques à nota oficial do Partido dos Trabalhadores e a revista Veja foi além, afirmando que o PT quer “reescrever a história”. Todos estes elementos evidenciam a luta que se trava entre o novo governo e os setores mais ligados ao imperialismo norte-americano.

A defesa da paz

Fica evidente que a política do Brasil é oposta a do imperialismo norte-americano. A posição dos Estados Unidos é clara: manter a guerra e por meio dela, desgastar o governo russo. Quando Lula apareceu com a proposta de paz, forçou os EUA a adotar um conjunto de ações para mostrar que o país está disposto a levar a guerra o mais longe possível. A exigência de Victoria Nuland para o Brasil “calçar os sapatos da Ucrânia” foi um exemplo deste problema.

Biden logo após também realizou visita à Kiev, onde declarou que “guerra poderá durar mais dois anos”. O objetivo do governo norte-americano ainda está longe de ser concluído. Apesar da campanha de falsificação dos fatos pela imprensa imperialista, que busca difundir a percepção de que Putin estaria sendo derrotado, a economia russa contraiu-se em dois pontos percentuais, valores muito abaixo do necessário para se criar uma desestabilização após um ano de guerra.

Dessa forma, a política de Lula vai em outro sentido. Semelhante às propostas de paz já feitas pela China, Lula tem como pretensão tornar o Brasil o país centro da mediação, um ponto positivo para o russos. Em sua proposta, Lula defende uma ação conjunta de mediação por meio do G20, deixando evidente seu intuito em tirar das mãos dos países imperialistas o controle sobre o destino da guerra.

Nesse sentido, a política de Lula vem se mostrando condizente com seus atos. Mesmo nos pontos mais polêmicos, como a posição contrária adotada pelo Brasil na votação da ONU, em oposição à ação russa, o governo brasileiro buscou se colocar como um agente independente. Para ser o representante deste acordo de paz, o Brasil vota na ONU contra a ação russa, ao mesmo tempo que no terreno prático da guerra, veta o envio de munições para o exército ucraniano.

O plano de Lula nesse sentido é sempre fazer um aceno à política do imperialismo, ao mesmo tempo que no terreno prático toma posições favoráveis a Rússia e demais países explorados.

A política de Lula não pode ser vista de um ponto de vista abstrato. Não se trata aqui de verificar se Lula possui ou não uma política revolucionária, algo que nunca foi seu objetivo, mas de ter a clareza de que esta é uma ação muito mais contundente na luta contra o imperialismo do que o que foi feito nos governos anteriores do PT. É a defesa de medidas nacionalistas e portanto limitadas,  mesmo assim, isso representa um avanço tanto para a luta dos trabalhadores brasileiros como também contra a ditadura global do imperialismo mundial. Não se trata de aprovar integralmente aquilo que Lula está fazendo, mas de entender o que ele está fazendo e ele não está a seguir a política integral do imperialismo norte-americano, trata-se de um rompimento, ainda que bastante moderado, com esta política imperialista. 

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