No dia 23 de fevereiro, a Alemanha passou por uma eleição antecipada, em função da crise pela qual passava seu governo, cuja coalizão implodiu. A nova eleição viu uma redução parlamentar de todos os partidos no governo. A composição de Partido Social Democrata (SPD), Partido Democrático Livre (FDP) e Verdes – mantivemos as siglas do alemão – implodiu em novembro do ano passado, após uma crise entre o SPD e o FDP, que se retirou do governo e passou para a oposição após a dispensa de seu presidente, que era ministro das finanças do governo, acabando com a maioria parlamentar da coalizão. O primeiro-ministro Olaf Scholz então chamou um voto de confiança no governo que, caso passasse no Congresso, levaria a uma permanência do governo, mesmo em minoria parlamentar, mas o voto não passou. Assim, novas eleições foram convocadas.
Para entender o problema, primeiro é preciso compreender que os principais partidos, que protagonizam a crise de popularidade na Alemanha, servem os interesses de uma mesma política imperialista. Na prática, são faces do regime político, sendo a face esquerda o Partido Social Democrata (SPD), a face direita a democracia cristã (CDU) e a face centrista o neoliberal FDP. Mais que isso, a eleição tem um fator extremamente antidemocrático, uma cláusula de barreira, e a votação é feita em duas etapas. A primeira etapa dá direito a eleger um parlamentar para cada distrito eleitoral, são 299, ficando com o cargo aquele candidato com mais votos, e a segunda votação determina a proporcionalidade de cadeiras para cada partido entre as restantes. Qualquer partido que não chegue aos 5% dos votos na segunda votação, independente de a quantos assentos teria direito, perde esse direito, como se não houvesse obtido voto algum, com a única exceção de ter obtido ao menos três deputados na primeira votação.
O pleito de 2025
De cara, um aspecto que aponta para um incremento da polarização política, um acirramento da disputa no país, é que esta eleição teve a maior participação do eleitorado desde a reunificação da Alemanha em 1990. Foram 82,5% dos eleitores, contra apenas 76,6% nas eleições passadas, em 2021.
O SPD passou de 25,7% para 16,4%; os Verdes, de 14,8% para 11,6%; o FDP, de 11,5% para 4,3%, ficando de fora do parlamento. Ao mesmo tempo, a CDU, face direita do regime, ganhou espaço, de 24,1% para 28,6%, contudo sem chegar nem perto de repor a perda representada pelos demais, incluído aqui o Verdes. Sinal da crise, a Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema direita, mais do que dobrou seus votos, passando de 10,3% para 20,8% do total, obtendo a segunda maior bancada no parlamento. O Die Linke (A Esquerda), que vinha se deteriorando enquanto força política, aumentou significativamente em votação, de 4,9% – mas ainda com assentos no parlamento, pois elegeu três deputados na primeira votação –, para 8,8%, algo com uma explicação ainda ilusória, que abordaremos mais adiante.
Por fim, em termos de forças políticas mais relevantes, a Aliança Sahra Wagenknecht (BSW) ficou com 4,97%, uma margem quase inacreditável para ficar fora do parlamento: apenas 13.400 votos de um total de cerca de 60 milhões. O BSW foi um racha no Die Linke, que ocorreu ao final de 2023, e vem se colocando como um fator de crise para o regime político alemão, tal qual o AfD. Um dos destaques do BSW é sua posição contra a guerra na Ucrânia, criticando a OTAN, a União Europeia e os EUA pela guerra. Esse resultado, ao mesmo tempo, foi o melhor da história para um partido estreante na Alemanha, superando o anterior, do próprio AfD, de 4,7%, em 2013.
O partido considera questionar legalmente os resultados eleitorais. Alemães no exterior, inclusive o embaixador na Inglaterra, denunciaram não ter recebido os documentos para votação a tempo, “o que coloca em questão a validade legal do resultado da eleição”, afirmou Sahra Wagenknecht em conferência de imprensa. Ela declarou não estar claro quantos dos 230 mil votantes registrados alemães no exterior terem sido incapazes de votar. A presidente do BSW, Amira Mohamed Ali, declarou haver indicações de possíveis erros durante a contagem dos votos, mas que há obstáculos pesados para a contestação de resultados eleitorais na Alemanha, e, portanto, a adoção de possíveis medidas ainda estão em avaliação. O prazo para apresentar um questionamento do resultado eleitoral é de dois meses (German leftist BSW party considers challenging national election result, Reuters, 24/2/2025).
Após o pleito, a CDU, sob a figura de seu líder atual, Friedrich Merz, e o SPD vem se aproximando para formar uma coalizão. Em si, este é outro fator de crise. Os partidos do regime, desde a 2ª Guerra Mundial, se alternam no governo. A junção de ambos é um sinal da falência do regime político, que já não consegue manter uma fachada com dois partidos separados, sendo forçado a juntá-los para compor o governo.
Em termos geográficos, o resultado das eleições na parte oriental da Alemanha também demonstra a crise política, pois é lá onde é mais aguda a crise econômica, que tende a piorar. Quando houve a incorporação da Alemanha Oriental, o governo não teve condições de manter a economia funcionando ali, a maioria das indústrias foi destruída. A maioria da população foi para a assistência social e enfrentou uma enorme queda em seu nível de vida.
A AFD ganhou em praticamente toda a Alemanha Oriental, e em dois distritos na Alemanha Ocidental. Também na parte oriental, o Die Linke ganhou em um punhado de locais. Além disso, em vários locais da parte oriental, o BSW teve um resultado quase igual ao do SPD, e quanto mais ao leste, em alguns locais, o BSW é o primeiro partido da esquerda.
Uma demonstração de que o novo governo, sem sequer estar formado, já está suscetível a uma nova crise, é que logo após o pleito, em sua conta no X, Sahra Wagenknecht denunciou os planos que se desenham para o próximo período pelo governo de Merz:
“Está ficando cada vez mais louco. Mais de 3,5 bilhões para um sistema de oleodutos na Alemanha para entregar querosene para aviões de caça mais rapidamente a uma ‘possível #guerra contra #Rússia’. Vote contra essa loucura: #BSW!” (@SWagenknecht, X, 22/2/2025). Ela compartilhou a notícia dos planos para a construção de um oleoduto até a Polônia (Nato plant Pipeline quer durch Deutschland, NTV, 22/2/2025)
“Assim que #Bundestagswahl [eleições para o parlamento, o Bundestag] foi concluído, #CDU e #SPD estão negociando um fundo especial de 200 bilhões de euros para #Aufrüstung [armamento] – e as ações da Rheinmetall [empresa alemã de armamentos] estão disparando. Acho extremamente desrespeitoso para com os eleitores que Merz, Scholz e Habeck agora queiram usar as maiorias no Bundestag, que já foi eliminado, para desperdiçar centenas de bilhões em armamentos e armas para a #Ucrânia! O fato de Bodo Ramelow defender a cooperação entre o Die Linke e um governo federal liderado por Friedrich Merz mostra por que tudo foi feito para impedir que a única força consistente pela paz entrasse no próximo Bundestag. Porque eles sabiam que sempre recusaríamos tais empréstimos de guerra. É também por isso que o #BSW será necessário no futuro” (@SWagenknecht, X, 26/2/2025).
A denúncia sobre o Die Linke trata de declarações como na seguinte entrevista: “Bodo Ramelow sobre seus planos no Bundestag, receitas contra o AfD e possíveis compromissos com Friedrich Merz” (»Bei der Zusammenarbeit ist nun zunächst die Union gefragt«, Spiegel, 24/2/2025).
Friedrich Merz anunciou que a CDU e o SPD apresentarão um pacote de 500 bilhões de euros a ser destinado para “infraestrutura e defesa” ao longo de 10 anos. No caso da infraestrutura, o pacote serviria para alavancar a economia, que foi afetada pesadamente após o início da guerra por procuração da OTAN contra a Rússia – o gás russo era um eixo energético para a indústria alemã. As propostas incluirão a isenção dos gastos em defesa do limite que existe hoje na Alemanha, quando eles passarem de 1% do PIB, o equivalente hoje a 45 bilhões de euros. Segundo Merz, ela fará “tudo o que for necessário” na área da defesa. O parlamentar ainda quer a aprovação imediata de um pacote de 3 bilhões de euros para a Ucrânia (Germany’s Merz vows to do ‘whatever it takes’ in terms of defense, Le Monde, 5/3/2025). A mudança com a ênfase no investimento militar vem após o presidente dos EUA, Donald Trump, cortar a assistência militar para a Ucrânia, e defender o fim da guerra.
Algo revelador de uma possível cooptação significativa pelo imperialismo da AfD, é que apesar de denunciar mudanças políticas nas propostas da CDU, com a aproximação do SPD (pela política de imigração) e dos Verdes (pela política energética) para buscar formar uma maioria parlamentar, a AfD não denunciou o pacote militar de Merz, de intenções belicistas para com a Rússia, até o fechamento desta matéria. O fim da guerra na Ucrânia, com a denúncia e oposição à OTAN, foi uma pauta que garantiu um aumento de popularidade ao partido de extrema direita.
Ruptura, crise e… ressurreição?
Agora, com a projeção de Sahra Wagenknecht, e um partido que cresce em polêmicas e no apoio a pautas populares, sem capitular diante do imperialismo, na situação política, como pode ele deixar de entrar no parlamento por uma margem tão pequena? Aqui observaremos o no mínimo curioso caso do Die Linke, que cresceu nas eleições sem ter adotado qualquer política significativa para tanto, como uma posição firme quanto a algum tema polêmico. Veremos também o crescimento meteórico do BSW, e um resultado que parece incoerente frente à própria sucessão dos acontecimentos. A própria burguesia alemã já dava o Die Linke como com morte política declarada desde a saída de Sahra Wagenknecht, e especialmente no final do ano passado, quando se demonstrou que a crise do partido apenas se aprofundou no período de menos de um ano após a formação do BSW.
“Wissler e Schirdewan, que estão no cargo desde 2021 e 2022, respectivamente, admitiram no fim de semana que não conseguiram reavivar a sorte do partido após uma divisão devastadora do mesmo no ano passado, quando 10 deputados e mais de cem representantes de parlamentos estaduais deixaram o partido para se juntarem a um grupo dissidente liderado pela figura mais famosa do Linke, Sahra Wagenknecht.
“Apesar de ter apenas oito meses de existência, a ‘Aliança Sahra Wagenknecht’ (Bündnis Sahra Wagenknecht – BSW) tem atualmente cerca de 9% das intenções de voto a nível nacional, enquanto o Die Linke está nos 3%. […]
“O próprio partido admite agora que tem essencialmente um ano para se salvar antes das próximas eleições nacionais, no outono de 2025. ‘O Die Linke está, sem dúvida, numa situação perigosa que ameaça a sua própria existência’, afirma a direção do partido na sua moção de orientação para a próxima conferência partidária. ‘Muitos dos que confiaram em nós durante muito tempo e votaram em nós têm a impressão de que: estão preocupados com vocês próprios e não estão lá para nós. Aceitamos essa crítica’. […]
“‘O próprio Die Linke ainda não deixou muito claro qual é o seu lugar no atual panorama partidário’ […]
“O Die Linke mantém-se bastante próximo do BSW: tal como o partido de Wagenknecht, o Linke apelou a mais esforços diplomáticos para acabar com a guerra na Ucrânia, ‘em vez de alimentar a escalada e uma guerra de atrito’, como disse Schirdewan no ano passado – embora tenha sempre tido o cuidado de preceder essas críticas com a condenação de Vladimir Putin e da invasão russa. […]
“Wagenknecht era, de longe, a figura mais proeminente do partido; é uma figura constante nos programas de entrevista da televisão alemã e sabe como formular uma frase de efeito antissistema. Apesar de ter causado muitos problemas internos ao partido nos últimos anos da sua filiação no Die Linke, conseguiu sempre que o partido fosse ouvido nos meios de comunicação” (Germany’s Left Party on the brink of oblivion, Deutsche Welle, 20/8/2024, grifos nossos).
Em outras palavras, não apenas a figura de mais proeminência do partido se retirou dele, como a própria política do Die Linke é inexpressiva. Adotam uma posição centrista sobre a guerra, condenando a Rússia, ou seja, apoiando o imperialismo, enquanto falam em defesa da paz e do fim da guerra. Demonstrativo da falência do Linke é o resultado de duas eleições que ocorreram no ano passado, a primeira para o Parlamento Europeu, em julho, e a segunda, eleição estadual, na própria Alemanha.
Para o Parlamento Europeu, o BSW teve 6,2% dos votos alemães, enquanto o Die Linke teve menos da metade disso, 2,7%. Em setembro ocorreram as eleições estaduais em três estados do país: Turíngia, Saxônia e Brandemburgo. Compararemos aqui os resultados do Die Linke nas eleições anteriores, em 2019, com seu resultado no novo pleito, ao lado da votação do BSW. Na Turíngia, o Die Linke despencou de 31% dos votos, em 2019, para 13,05%, e o BSW teve 15,77%; na Saxônia, o Die Linke caiu de 10,4% (2019), para 4,47%, e o BSW teve 11,82%; em Brandemburgo, o Die Linke caiu de 10,7% (2019) para 2,98%, enquanto o BSW teve 13,48% dos votos. Para efeito de contexto, a Turíngia seria a região de mais força do Die Linke, região de Bodo Ramelow, onde encabeçaram uma coalizão no governo estadual.
Então, como um partido praticamente morto quase dobra seu resultado eleitoral? Vejamos alguns argumentos apresentados pela imprensa imperialista:
“Durante os três meses que antecederam as eleições legislativas de domingo, 23 de fevereiro, o Die Linke bateu em 600.000 portas. Nenhum outro partido levou a cabo uma campanha de base tão vasta, inspirada no ativismo partidário dos Estados Unidos […]
“O Die Linke alcançou um resultado inesperadamente elevado (8,5%, +3,9 pontos em relação às eleições de 2021), oito meses após o seu fracasso nas eleições europeias de junho de 2024 (2,7%). No início de janeiro, ainda lhe eram atribuídas 4% das intenções de voto” (In Germany, the unexpected resurrection of the left-wing party Die Linke, Le Monde, 9/3/2025).
O quadro de um partido em profunda crise existencial por mais de um ano, e que acabou de sofrer derrotas avassaladoras em junho e setembro permite acreditar numa campanha massiva meros cinco meses depois, em fevereiro? O partido passou de nenhuma atividade, nenhuma personalidade política, para bater em 600 mil portas em três meses? Isso seria o equivalente a uma campanha de mais de 6 mil portas por dia, uma mobilização gigantesca. Mais que isso, e suspeito, é a menção à inspiração nos EUA. Uma mobilização de tal tipo ocorreu durante o período de projeção de Bernie Sanders, em 2016. De onde surgiu essa inspiração? Continuando:
“A perda da velha guarda conservadora do partido parece ter-lhe permitido libertar-se um pouco da sua marca da Guerra Fria. O Die Linke já não é apenas o partido sucessor dos comunistas, mas tem agora uma posição clara e própria, que tem dado dividendos eleitorais” (The Unlikely Revival of Germany’s Far Left, Center for European Policy Analysis – CEPA, 24/2/2025).
Vejamos o que de diferencial haveria no Die Linke, que difere da posição “conservadora” do BSW:
“O partido tem defendido políticas sociais progressistas, defendendo o acesso à inseminação artificial para todos os gêneros e a formação de ‘sindicatos queer’” (Who is Heidi Reichinnek, the hard-left ‘Queen of TikTok’ shaking up German politics before election?, Firstpost, 20/2/2025).
Parecem pautas que mobilizam? Esse seria o diferencial para sair de um estado agonizante, moribundo, para voltar à relevância política?
Muito se fala na imprensa burguesa de um ascenso do Die Linke devido a uma figura do partido que teria viralizado um de seus discursos no TikTok, Heidi Reichinnek. A parlamentar de 36 anos publicou um vídeo em que ataca a cooperação da CDU com a AfD para aprovar uma lei de imigração. Se fala em discurso “inflamado”, “avassalador”, contudo, o discurso em si é um tanto vazio, sem personalidade. Se poderia dizer insosso. Ainda assim, teve mais de 7 milhões de visualizações na plataforma. Agora, como explicar isso? Pareceria, e parece, o oposto. O impulsionamento de um vídeo com uma crítica genérica, mas esquerdista, sem tocar em qualquer ponto que comprometa a política imperialista, para justificar um roubo de votos, uma fraude eleitoral escancarada para a qual os fatos parecem apontar.
Ruptura BSW-Die Linke
Por fim, toquemos na ruptura de Sahra Wagenknecht com o Die Linke. Por que, afinal, ela saiu do partido, condenando-o ao que aparentava ser uma morte certa e rápida?
“A razão pela qual sentiu que tinha de se mudar, disse Wagenknecht, foi porque o antigo partido socialista ‘já não chegava às pessoas que estão insatisfeitas, que querem uma alternativa séria’.
“Também admitiu, indiretamente, que está a pescar nas mesmas águas que o AfD. ‘Acreditamos, e isso também é demonstrado em muitas sondagens, que uma grande parte dos eleitores da AfD são eleitores de protesto’, disse. ‘Não são de direita e não apoiam posições de extrema-direita… sentem que não estão sendo ouvidos, e não estão sendo ouvidos – não é apenas um sentimento, é mesmo verdade’” (Germany’s new populists BSW challenge the far-right AfD, Deutsche Welle, 10/6/2024).
Algo que demonstra em contraste a falta de personalidade do Die Linke, comparativamente, são declarações de uma de suas lideranças frente a um protesto pela paz, pelo fim da guerra na Ucrânia convocado por Sahra Wagenknechtm até então membro do partido:
“‘Nossos medos foram confirmados’, disse a vice-presidente do Die Linke, Katina Schubert, ao jornal Süddeutsche Zeitung. Schubert usou o termo ‘Querfront’ (frente cruzada) para se referir à colaboração com revolucionários conservadores, uma expressão usada na República de Weimar antes de o ditador nazista Adolf Hitler chegar ao poder. ‘Quem começa a fazer um apelo à frente cruzada, colhe a frente cruzada’, disse Schubert.
“Schubert afirmou que ‘a confusão entre vítima e perpetrador era um tema recorrente nos discursos.’ […]
“‘As comparações da [Ministra das Relações Exteriores Annalena] Baerbock com Hitler, como foi visto entre os participantes na multidão, não foram refutadas no palco. Aos meus olhos, isso é uma relativização horrível do fascismo’, disse Schubert. […]
“Enquanto isso, Wagenknecht disse à emissora pública alemã ZDF no domingo que considerava a crítica de seus aliados partidários injustificada.
“‘Em primeiro lugar, não acho que isso prejudique o movimento pela paz se, finalmente, houver uma grande manifestação pela paz’, disse ela, ao ser questionada sobre críticas de que seu comício prejudicaria as esperanças de paz a longo prazo.
“‘E o debate, que foi em parte apresentado pela liderança do Die Linke, devo dizer que simplesmente achei isso constrangedor. Efetivamente, estavam somando-se à intimidação que estava sendo exercida sobre as pessoas que estavam participando’, disse Wagenknecht, novamente sugerindo tentativas de sabotar seu comício” (Germany: Left Party, Wagenknecht clash after ‘peace’ rally, Deutsche Welle, 27/2/2023).
Então, em congresso do Die Linke após a saída de Wagenknecht:
“Os delegados condenaram a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia como ‘contrária ao direito internacional’ e um ‘crime’. Ao mesmo tempo, apelaram à União Europeia (UE) para que intensifique urgentemente os seus esforços diplomáticos ‘em vez de alimentar a escalada e uma guerra de atrito’, como disse Schirdewan.
“Schirdewan abordou também o conflito entre Israel e o Hamas, condenando os ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro e o seu objetivo de destruir Israel. Schirdewan referiu-se também ao bombardeamento de instalações civis na Faixa de Gaza e à retenção de bens humanitários como uma violação enorme do direito humanitário internacional, bem como à utilização de civis como escudos pelo Hamas. ‘É por isso que estou apelando a um cessar-fogo imediato para acabar com as mortes. Os reféns do Hamas devem ser libertados imediatamente’, afirmou o líder do Partido da Esquerda” (Germany’s socialist Left Party fights for survival, Deutsche Welle, 20/11/2023).
Um partido sionista e profundamente pró-imperialista. Num cenário de intensa crise, de polarização acirrada, seria possível que este cadáver ambulante fosse um dos ganhadores das eleições de 2025 na Alemanha?